Aprendendo sobre Umbanda

A Umbanda tem suas raízes nas religiões indígenas, africanas e cristã, mas incorporou conhecimentos religiosos universais pertencentes a muitas outras religiões.

Umbanda é o sinônimo de prática religiosa e magística caritativa e não tem a cobrança pecuniária como uma de suas práticas usuais. Porém, é licito o chamamento dos médiuns e das pessoas que frequentam seus templos no sentido de contribuírem para a manutenção deles ou para a realização de eventos de cunho religioso ou assistencial aos mais necessitados.

20120822_202133A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamento dos orixás ou divindades, pois recorre às oferendas de flores, frutos, alimentos e velas quando as reverencia.

Para a Umbanda, a fé é o mecanismo íntimo que ativa Deus, suas divindades e os guias espirituais em benefício dos médiuns e dos frequentadores dos seus templos.

A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda e suas práticas ofertatórias isentas de sacrifícios de animais são uma reverencia aos orixás e aos guias espirituais, recomendando-as aos seus fiéis, pois são mecanismos estimuladores do respeito e da união religiosa com as divindades e os espíritos da natureza ou que se servem dela para auxiliarem os encarnados.

A Umbanda não é uma seita, e sim um religião, ainda meio difusa devido à aceitação maciça de médiuns cujas formações religiosas se processaram em outras religiões e cujo usos e costumes vão sendo diluídos muito lentamente para não melindrar os conceitos e as posturas religiosas dos seus novos adeptos, adquiridos fora da Umbanda, mas respeitados por ela.

A Umbanda não apressa o desenvolvimento doutrinário dos seus fiéis, pois tem no tempo e na espiritualidade dois ótimos recursos para conquistar o coração e a mente dos seus fiéis.

A Umbanda tem de preparar muito bem os seus sacerdotes para que estes acolham em seus templos todas as pessoas possuidoras de faculdades mediúnicas e as auxiliem no desenvolvimento delas, preparando-as para que futuramente se tornem, também elas os seus futuros sacerdotes.

A Umbanda tem na mediunidade de incorporação o seu principal mecanismo de prática religiosa, pois, com seus médiuns bem preparados, assiste seus fiéis, auxilia na resolução de problemas graves ou corriqueiros, todos tratados com a mesma preocupação e dedicação espiritual e sacerdotal.

A Umbanda é uma religião espírita e espiritualista. Espírita porque está, em parte, fundamentada na manifestação dos espíritos guias. E espiritualista porque incorporou conceitos e práticas espiritualistas (referentes ao mundo espiritual), tais como magias espirituais e religiosas, culto aos ancestrais Divinos, culto religioso aos espíritos superiores da natureza, culto aos espíritos elevados ou ascencionados e que retornam como guias-chefes, para auxiliar a evolução das pessoas que frequentam os templos de Umbanda.

A Umbanda vê as outras religiões como legitimas representantes de Deus. E vê todas como ótimas vias evolutivas criadas por Ele para acelerarem a evolução da humanidade.

A Umbanda não adota práticas agressivas de conversão religiosa, pois acha estes procedimentos uma violência consciencial contra as pessoas, preferindo somente auxiliar quem adentrar em seus templos. O tempo e o auxílio espiritual desinteressado ou livre de segundas intenções tem sido os maiores atrativos dos fiéis umbandistas.

A Umbanda prega que os espíritos elevados (os seus espíritos guias) são dotados de faculdades e poderes superiores ao senso comum dos encarnados e tem neles um dos seus recursos religiosos e magísticos, recorrendo a eles em suas sessões de trabalho e tendo neles um dos seus fundamentos religiosos.

A Umbanda prega que as divindades de Deus (os orixás) são seres Divinos dotados de faculdades e poderes superiores aos dos espíritos e tem nos Orixás um dos seus fundamentos religiosos, recomendando o culto a eles e a prática de oferendas como uma das formas de reverenciá-los.  confiança-em-Deus

A Umbanda prega a existência de um Deus único e tem nessa sua crença o seu maior fundamento religioso, ao qual não dispensa em nenhum momento nos seus cultos religiosos e, mesmo que reverencie as divindades, os espíritos da natureza e os espíritos ascencionados (os guias-chefes que após diversas encarnações como seres humanos evoluíram hierarquicamente, afastando-se das limitações do plano terreno em direção à Luz, à ascensão espiritual), não os dissocia D’Ele, o nosso Pai Maior e nosso Divino Criador.

Deus é Um, entendido de formas diferentes e por culturas diferentes. Na Umbanda designamos essa Força Suprema e Criadora de OLORUM.

As Divindades precisam de intermediários para alcançar os seres e as criaturas que estão em outro nível de evolução e para atuarem fora de sua linha.

Os Orixás são as Divindades que influenciam através de suas irradiações, a vida de todos os seres criados por Deus

Como o nome já o indica, os Guias Espirituais de Umbanda são seres de Luz dispostos a nos guiar durante uma ou mais encarnações, no sentido de nos orientar, intuir, auxiliar e proteger (conforme as nossas reais necessidades evolutivas e o nosso merecimento!), a fim de nos ajudar a cumprir os objetivos traçados antes do nosso reencarne, e sempre em prol da nossa evolução espiritual.

Todos nós temos Guias Espirituais, independente da nossa religião. O que varia é a denominação que as diversas religiões dão a esses abnegados benfeitores (Guias, Protetores, Amparadores etc.). Diz EMMANUEL: “A mesma bondade infinita que nos socorre nos santuários espírita-cristãos, é a mesma que se expressa nos templos de outra feição interpretativa da Divina Idéia de Deus.”

Um Guia é sempre, e por definição, mais elevado do que aqueles a quem veio orientar e amparar.

Na Umbanda, em sua maioria, os Guias são espíritos humanos que passaram por várias encarnações, buscando conhecimentos, utilizando-os sempre pra o Bem e assim adquirindo sabedoria e merecimento perante o Criador e as Leis da Criação. Há, também, seres de dimensões paralelas à humana que se manifestam nos médiuns de Umbanda, com igual finalidade, pois nas respectivas dimensões eles evoluíram e alcançaram o grau necessário para essa tarefa (exemplos: Crianças da Umbanda, Sereias, Exus Mirins).

Não importa a “roupagem” com que os Guias se apresentem (Preto-Velho, Caboclo, Criança, Exu, Marinheiro etc.). Por trás desses arquétipos e suas formas plasmadas vamos encontrar espíritos e seres de variados graus de conhecimento e evolução (sempre mais adiantados do que o nosso e o do médium no qual atuam), e que continuam estudando, trabalhando e se aprimorando, já que prosseguem nas suas evoluções.

Os Guias de Umbanda não “exibem” seus títulos, dons e conhecimentos. São movidos pelo ideal de ajudar aos irmãos necessitados e se enfileiram nas diversas Linhas de Trabalho da Umbanda, manifestando-se com as características dos respectivos Arquétipos. Tendo alcançado certo grau, podem “mostrar-se” com determinada forma plasmada, ou seja, moldam seus corpos espirituais com a aparência de Preto-Velho, Caboclo etc.; e usam o modo de falar, o gestual e os elementos característicos da Linha que representam porque estão autorizados a fazê-lo. Deixam de lado, muitas vezes, nomes ilustres que tiveram em determinada encarnação, para apresentar-se com o nome genérico da Linha (Caboclo etc.), numa forma silenciosa e profundamente bela de nos ensinar o desapego e a Fraternidade.OLYMPUS DIGITAL CAMERA

As Linhas de Umbanda atualmente conhecidas e mais atuantes na Direita são: Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças, Baianos, Boiadeiros, Ciganos, Malandros, Marinheiros e Sereias. Exceto às Sereias, as demais Linhas agrupam espíritos humanos que já passaram pela experiência da vida carnal.

E na Esquerda temos: Exus, Pomba giras e Exus Mirins.

Mas isso é conversa para outro dia!

3 responses to this post.

  1. Posted by marilena Barreto on 23/10/2013 at 19:04

    Descobrir esta fonte de preciosos ensinamentos e estou muito grata. que Oxalá abençoe sempre sua coroa.

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  2. Posted by Allyson Alves on 28/08/2014 at 9:11

    bem legal o blog, ensina muita coisa pra quem nao sabe e tem interessse, parabéns!

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