Archive for agosto \19\-03:00 2011

O BATISMO NA UMBANDA

Na Umbanda, ainda são poucos os médiuns que são batizados.

É comum constatarmos que ainda existem muitos médiuns desenvolvidos, médiuns de longa data dentro da Umbanda, mas que não são batizados.

Nós Umbandistas precisamos valorizar nossa Religião e mostrar à todos que temos fundamento e sacramentos.

O batismo é indispensável, pois só após o batismo o médium terá uma vida religiosa completa. Este ato é Divino e reveste a aura espiritual e mental. Em todas as religiões, o batismo é sem dúvida um sacramento primordial e na Umbanda não é diferente.

O batismo é o primeiro ato litúrgico para conversão do filho de fé, é um ato simples, porém o mais importante de todos, pois é a porta de entrada da benção Divina de Oxalá e dos Orixás.

Os umbandistas ao se batizarem criam uma ligação muito forte com Oxalá e os seus Orixás.

Assim, o Batismo é o condão de iniciação onde em seu ato batismal se reconhece a aceitação da religião umbandista, bem como, sua condutora nos caminhos divinos, e a aceitação definitiva, a opção e a integração religiosa que abrirá suas portas para as obrigações e iniciações, que surgirão a partir deste momento.

No Batismo, o iniciante e iniciado, recebem a benção dos Orixás e dos Mentores de Luz do contexto espiritual umbandista que lhe abrirão as portas da evolução no caminho de nossa fé. É o florescimento e a coroação do umbandista como prova de sua religiosidade e dedicação.

O batismo dentro da Umbanda tem por finalidade regular a faixa vibratória da pessoa (adulto ou ainda criança) para que durante a sua vida terrena,  ela possa ter uma receptividade para as boas vibrações.

Na Umbanda quando do Batismo, também, escolhemos um padrinho e uma madrinha. O ritual é realizado no terreiro, aos sons das músicas apropriadas para a ocasião.

O sacramento do Batismo é ministrado através dos seguintes elementos:  água, que representa o astral (sentimentos);  sal, que representa o aspecto material (físico);  óleo, o princípio espiritual (divino); fogo, a luz da vela, o principio mental (inteligência) com esses elementos é realizado o Batizado na Umbanda.

É realizado para revestir o espírito e o mental do Ser com uma aura protetora semelhante à proteção Divina que o espírito recebe ao reencarnar. É a “entrada” do espírito na dimensão religiosa da Umbanda, é quando o médium se torna Filho de Olorum e seguidor de Pai Oxalá, passando a fazer parte de Seu “exército branco”.

Ele é o primeiro e o mais importante Sacramento, pois é a porta de entrada para o recebimento das bênçãos divinas e dos demais sacramentos. Pelo batismo, a pessoa é incorporada à Umbanda, passando a ter os direitos e deveres próprios da religião. É um cerimonial litúrgico poético, santificado e participativo da vida divina onde preces, toques, cantos e atos litúrgicos específicos compõem a linguagem expressiva e encantadora de nossa religião.

O ritual pode ser praticado dentro do próprio terreiro, como também na cachoeira. É indispensável a água da cachoeira que tem o poder de limpar, purificar e alimentar nosso espírito e quando jogada ou aspergida na coroa, chacra coronário, faz a purificação desse chacra e ativa-o promovendo uma unificação com as forças espirituais superiores além de fortalecer, equilibrar e alimentar nossa alma com vibrações puras e harmoniosas.

A vela batismal que é acessa simboliza a luz, o ‘espírito vivo’, que deve ser entregue ao batizando para que se lembre da luz que o acolheu e que sempre o acolherá.

Na Umbanda ainda, mais que padrinhos encarnados, contamos com o amparo dos Guias Espirituais e os Orixás que se manifestam na hora da consagração adquirindo a guarda desse médium. Momento mágico e divino que exprime a verdadeira realidade do amor, da bondade e da benevolência, superando qualquer sentimento.

Livros que recomendo

Estes são alguns dos livros que li e recomendo. 

O médium deve ler,  se instruir, conhecer sobre sua Religião, aprender tudo aquilo que pode ajudar sua entidade na pratica da caridade e em sua evolução.
Tenho uns 300 livros e já li todos, pois acredito que o medíum tem necessidade de se instruir, tem a obrigação de conhecer sobre sua Religião para entender e mostrar, quando necessário, o porque de você praticar ou estar naquela Religião.
Ninguém ama ou exemplifica aquilo que não conhece. Por isso acredito que o médium deve se instruir, entender e compreender sua Religião para estar apto a exemplificar o amor, a caridade e o perdão em acordo com seus Orixás.
O livro abre uma cortina de conhecimento e ensinamentos que todos nos precisamos aprender para praticar.
O conhecimento nos tira das trevas e nos leva a evolução. Raquel
Depois estarei colocando novos títulos aqui.

Cabocla Janaina

Minha amiga Rosane pediu que fosse colocado neste Blog, algo sobre a Cabocla Janaina. Mas falar sobre a Cabocla Janaina é um ato que exige muita responsabilidade. Vou, então, me ater ao que vejo e já vi, quando Ela está em terra (incorporada no médium).

Janaina é a cabocla representante das Senhoras na falange das almas. Vem sob a proteção da linha de Iemanjá. É uma entidadde de fala mansa, amorosa, transmite amor e confiança em quem se acerca dela. Apesar do seu jeito amoroso e meio maezona, Ela é energica quando necessário. É, também, muito exigente com seus mediuns, não gosta de rodeio ao dar seus conselhos, sendo direta nas informações.

Gosta de trabalhar, quando incorporada no médium, tendo ao lado um copo com água (faz uso, em goles, após cada passe dado). Gosta de usar a maracá. Apesar de deixar seus médiuns com as feições sisudas, Ela é todo carinho e amor ao falar com os assistentes.

Trabalha diretamente com a força emotiva por meio dos sentimentos de maternidade, misericórdia e amor. Sob sua guarda estão a força do amor conjugal e da procriação. Presta a caridade direcionando seus fluidos ao trabalho de cura.

Gosta de usar velas azuis claras e brancas. Suas oferendas são aceitas sobre pano branco e azul-claro, fitas azuis, espelhos, pentes, perfumes de seiva de alfazema ou seiva de rosas, flores brancas ou azuis, rosas, lírios, mel, guaranás ou bebidas doces e delicadas. Depositadas nas matas, na praia ou beira de rio.

Vale lembrar que o estudo do médium sobre a religião, seu conhecimento sobre as ervas, banhos, oferenda etc. facilita a comunicação da entidade. Cada médium é diferente na personalidade, na irradiação e no recebimento dos fluidos da entidade.

Portanto, o mais importante é fazer tudo de acordo com a consciência, e conhecimento do médium, deixando e dando condições da entidade trabalhar e transmitir seu recado.

Todos somos diferentes como médium, cada um tem uma mediunidade diferente e por isso não devemos nos inspirar ou preocuparmos se determinado médium trabalha assim ou assado.

Deixe sua entidade trabalhar, estude, dê condições dela utilizar todo seu potencial como médium, ai, com o tempo, você vai descobrindo a força que Ela possui e a maneira peculiar Dela trabalhar.

Faça suas obrigações, tome seus banhos, firme seus Orixás e peça à Olorum, luz, firmeza e sabedoria para cumprir sua missão.    (Raquel Elcain)

Minha filha, Rafaela Elcain, trabalha com a Cabocla Janaina e pedi para ela descrever qual era seu sentimento em relação a essa mediunidade.            

Ela escreveu:

Minha mãe pediu para que como Médium da Cabocla Janaina, escrevesse o que eu sentia por ela, mas é muito difícil definir o que eu sinto por Janaina, amo e respeito todas as minhas entidades, sou grata a elas por todo o bem que me fazem mas sinto que tenho uma relação diferente com Janaina, não sei explicar, mas poderia dizer que por ela meu coração “bate mais forte”!

Tenho dentro de mim a certeza que em alguma encarnação, tive Janaina como uma irmã muito querida, que foi muito importante na minha vida por todo amor e carinho que tenho por ela.

Janaina me traz uma paz e uma luz tão grande quando a vejo perto de mim, no momento da incorporação, que me sinto tão feliz de ser sua médium, tão honrada, é um presente que Deus me deu.

Nos meus momentos de aflição, de tristeza, sempre sinto ela a meu lado, passando a mão na minha cabeça e me dizendo que tudo vai passar. Que alguns sofrimentos são necessários pra minha evolução espiritual, mas que tudo passa e os problemas e dificuldades são como as ondas do mar, do mesmo jeito que elas vêem elas vão…

E por todos os meus guias, mas principalmente por Ela, me sinto na obrigação de ser uma pessoa cada dia melhor, mais generosa, mais compreensiva, paciente e caridosa, por que a única forma que tenho de agradecer a Eles, por tudo, é sendo um motivo de orgulho para Eles (os guias), é claro que como ser encarnado estou sempre suscetível ao erro e aos deslizes, mas, quando acho que estou fazendo algo que a desagrada, ou sempre que levo um” puxão de orelha”, aprendi a ser humilde parar e pedir perdão as meus Orixás, a Deus e aqueles que eu magoei, porque tenho muito medo de que um dia a Cabocla Janaina ou qualquer outra entidade, por falhas minhas, não queiram manifestar no meu aparelho. Quero ser, sempre, motivo de orgulho pra minha Cabocla e cada dia mais ser merecedora de tê-la em minha coroa e de tê-la como minha protetora, minha guia…

Na verdade o que sinto por Janaina jamais poderá ser explicado, só é sentido no meu coração, meu amor por ela é inexplicável, sinto que ora encarnada, ora como minha guia. Janaina é minha companheira de muitas e muitas vidas. Rogo a Oxalá todos os dias, que aumente a luz dessa Cabocla, que tão bem me faz e tanto amor me dá.

Salve Janaina, salve a Sereia de Iemanjá e de nosso Pai Oxalá. (Rafaela Elcain)